Esse tipo de coisa mostra como o fanatismo politico consegue ser pior e mais assustador do que o fanatismo religioso.

A religião no geral tem algum contato com a realidade psíquica humana, é isso que é em geral entendido como a camada "espiritual" da religião e que leva aos ensinamentos e praticas de auto aperfeiçoamento.

Quanto mais distorcida a visão fanática religiosa da pessoa, mas ela se afasta das partes fundadas na realidade humana e mais ela se entrega as crenças fantasiosas e a idolatria da qual a própria religião tenta alertar sobre os perigos.

No caso das ideologias políticas não existe nenhuma base no real, é só mesmo um monte crenças contraditórias que visam o exato oposto do auto aperfeiçoamento religioso, dando justificativas fajutas para a inveja, ganancia, promiscuidade e todos os vícios humanos.

O resultado final é muito mais insano do que o moralismo religioso.

Se as tias velhas do passado queriam sanitizar a linguagem se opondo ao uso de palavras de baixo calão, isso no mínimo tinha algum contato com a realidade ofensiva dessas palavras.

Já as tias velhas modernas sem contato com a realidade querem mudar a lingua e inventar ofensas no uso correto da linguagem, exigindo não que não se use certas palavras chulas, mas exigindo que se usem palavras que não são nem nunca fizeram parte da lingua portuguesa, como "todes".

Tenho certeza de que no futuro os historiados vão olhar pra nossa época muito mais perplexos com esse fenômeno e com ministros de estado abrindo discursos em eventos oficiais dando bom dia a "todos, todas e todes", do que para o puritanismo conservador religioso.

Essas ideologias políticas são coletivistas e completamente desprovidas de contato com o real. Não tem foco na mudança do indivíduo através do auto aperfeiçoamento como as religiões, mas sim no controle coletivo totalitário.

Trata-se de um VENENO muito mais letal.