No início do século XX, a diretoria de empresas como Boeing, Ford ou GM supervisionava o chão de fábrica e não admitia serviço mal feito.
Seus gerentes, engenheiros e administradores vinham das linhas de produção. Ser um fabricante tinha prestígio.
Ao longo das décadas, entretanto, o setor financeiro tomou conta e seu objetivo era aumentar os lucros, não produzir com qualidade.
Perceberam que terceirizar a produção diminuía os custos com maquinário, pesquisa e desenvolvimento, além dos aborrecimentos com sindicatos.
Passaram a focar no lucro imediato em vez de planejamento a longo prazo.
Sujar as mãos de graxa passou a ser visto como serviço indigno de gente fina. Melhor deixar para países asiáticos pobres.
O resultado foi que a Boeing, por exemplo, começou terceirizando a fabricação e depois até mesmo o projeto. Já não sabia como eram feitos os componentes dos aviões, se havia controle de qualidade, se as peças de um fornecedor se encaixavam nas dos outros, se o software funcionava junto como o hardware.
O resultado foi a queda de dois 737-MAX, com um total de 346 mortos, além de uma porta que se soltou em pleno voo - e não havia nenhum registro de como ela e a fuselagem tinham sido fabricadas e montadas para que se pudesse investigar a origem do problema.
Mas há esperança: empresas como a Intel, GE e mesmo a Boeing estão comprando e repatriando as linhas de produção numa tentativa de reverter o processo.
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