Eu prefiro essa que eu fiz no chat GPT. Aplicaria nos meus alunos se fosse professor:
"Eu gostaria que as Garotas Palhaço fossem um grupo de pessoas com características especiais. Elas teriam pele clara e naturalmente um nariz de palhaço. As áreas mamárias e os lábios vaginais, também chamados de "Palhaxota", teriam cores alternadas. Sua pele provavelmente teria um gosto peculiar, imaginem o sabor do leite materno delas. Um aperto em seus seios ou nádegas causaria um som semelhante a uma buzina. Imagine, por exemplo, apertar o traseiro de sua esposa Palhaço em público, e um som alto de buzina ecoa dela. Isso atrairia a atenção de todos ao redor, sabendo exatamente o que vocês fizeram. Ela timidamente apertaria o próprio nariz, tentando disfarçar o som."
1- Qual é a principal característica das "Garotas Palhaço" mencionada no texto?
a) Pele escura
b) Nariz de palhaço
c) Olhos grandes
d) Cabelos coloridos
2 - Qual é o termo usado para descrever as cores alternadas nas áreas mamárias e lábios vaginais das "Garotas Palhaço"?
a) Palhaxota
b) Alternatintas
c) Variacores
d) Diverticor
3 - Qual é o efeito sonoro descrito no texto que ocorre quando se aperta os seios ou nádegas das "Garotas Palhaço"?
a) Sino
b) Buzina
c) Sussurro
d) Apito
4 - O que o autor sugere que aconteceria se você apertasse o traseiro de sua esposa "Palhaço" em público?
a) Ela ficaria brava
b) Ela riria
c) Um som alto de buzina ecoaria dela
d) Nada aconteceria
3 - Qual é o objetivo do texto em relação às "Garotas Palhaço"?
a) Descrever a beleza delas
b) Exaltar suas características únicas
c) Criticar o uso de maquiagem
d) Promover um espetáculo de circo
A doutrinação do Enem
Todos os textos da prova revelam clara orientação de esquerda, não raro de uma esquerda velha
Carlos Alberto Sardenberg 11/11/2023
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem prova de interpretação de texto. Em tese, não importa o conteúdo do texto apresentado aos alunos, pois eles não são chamados a concordar ou discordar. Apenas a entender o que o autor quis dizer.
A prova seria neutra, portanto. Mas, sendo assim, parece razoável que os testes, principalmente quando tratam de política, sociologia, economia ou História, tragam diferentes visões teóricas. Dupla neutralidade. Não é o que se viu no último Enem. Todos os textos revelam clara orientação de esquerda, não raro de uma esquerda velha.
A questão 61 da prova branca apresenta um texto de Michel Foucault, filósofo francês, sofisticado pensador de sucesso nos anos 1970 e 1980. Difícil leitura, mesmo para universitários. Mas a frase do Enem não é das mais complicadas. Afirma que o capitalismo introduz ilegalidades em todas as camadas da sociedade. Mas as classes privilegiadas desfrutam ilegalidades mais proveitosas, digamos assim. De qualquer modo, capitalismo é igual a ilegalidade.
Seguem-se questões com base em textos de outros dois filósofos franceses do século passado, Sartre e Merleau-Ponty. Foram pensadores de esquerda, mas na prova do Enem as frases não têm contexto político direto. A questão 46, do filósofo marxista alemão Theodor Adorno, também do século passado, não deixa dúvidas sobre a orientação. Sustenta que, no capitalismo, a diversão é o prolongamento do trabalho. E, se o trabalho é explorado pelo capital, como entender a diversão?
A questão 60 traz um texto que ataca a “mágica do Google Assistant” e sua inteligência artificial. Diz que seus trabalhadores são obrigados a tarefas repetitivas, sem poder expressar criatividade, forçados a horas extras sem remuneração e que ganham muito mal. Escravos dos algoritmos. O Google, gente? Quem já frequentou alguma das sedes da empresa vê exatamente o contrário: pessoas criativas, gerando programas e aplicações num ambiente de conhecimento e cultura. E ganham bem. Mais do que os trabalhadores das indústrias antigas, como uma montadora de carros. O futuro está nessa tecnologia, na inteligência artificial.
[...]
A campeã de esquerdismo velho é a questão 89, cujo texto sustenta que o agronegócio no Cerrado comete vários pecados, como a introdução da mecanização. É sério — a mecanização, base de ganhos de produtividade, é um mal. Tem mais: o agronegócio privatizou a “a água, as sementes, os minerais e as terras”. E levou à “pragatização dos seres humanos e não humanos”. E tudo isso para acabar com a vida dos camponeses.
A menção a camponeses chamou a atenção. Mesmo no pensamento de esquerda, não se usa mais esse conceito. Fala-se de trabalhador rural, pequeno produtor familiar. A fonte é um ensaio publicado na Revista de Geografia da UEG, que começa pela discussão do conceito de camponês. Baseado em teorias de Marx e Lênin!
[...]
Trata-se de um sutil truque de doutrinação. As questões estão num banco de dados do Inep, alimentado constantemente. Há de vários tipos. A escolha revela a orientação da prova. E essa orientação determina o que as escolas ensinarão. Trágico.
Objeção de consciência
Para pontuar bem no Enem, é preciso rezar pela cartilha do governo, e o aluno se adestra para escrever o que os corretores querem ler
Eduardo Affonso 11/11/2023
Está na Constituição Federal (art. 5º, VIII):
— Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política.
Se vale para o serviço militar, o exercício profissional, o trabalho ao sábado etc., por que não para o Enem? Afinal, se quiserem acertar algumas das questões, muitos terão de se manifestar contrariamente àquilo em que acreditam.
Há quem ache que o agro é tech, o agro é pop, o agro é tudo. Há quem veja no agro um ogro, o bicho-papão que provoca chuvas de veneno e violência (concreta e simbólica) contra a pessoa do pobre camponês. O tema permite ambas as abordagens, mas só os do segundo grupo (que ainda usam a palavra “camponês”) estarão contemplados no gabarito oficial.
Uma questão bem formulada proporia a discussão de múltiplos pontos de vista, pondo à prova a capacidade de compreender e articular argumentos contrastantes. Mas não: para pontuar bem, é preciso rezar pela cartilha do governo de turno, e o aluno se adestra para escrever o que os corretores querem ler e acionar o botão que lhe dará sua recompensa — ainda que não corresponda ao que ele pensa.
Mais que avaliar o nível de conhecimento ou a capacidade de análise crítica — fundamentais para o sucesso no ensino superior —, o exame se empenha em selecionar os já catequizados ou passíveis de catequização — sem deixar escapar a oportunidade de catequizar um pouco mais.
[...]
Uma saída para o irresistível apelo à doutrinação seria fazer cadernos de prova conforme os matizes ideológicos. O estudante escolheria entre a prova amarela (de direita), vermelha (de esquerda) ou azul (liberal) — e as questões seriam corrigidas por bancas alinhadas com cada uma dessas vertentes. Assim, para ter acesso à universidade, nem o jovem conservador precisaria se ajoelhar no milho (ou na soja) e demonizar o agronegócio, nem o progressista se submeter a chamar de “revolução” o golpe de 1964 ou o liberal endossar que “entre o masculino e o feminino só existam mínimas diferenças” (e pudesse propor um placar mais apertado para esse 7 x 1 da cultura sobre a biologia).
Até lá, serão males menores exigir que o aluno saiba o significado de landfills, leftovers e perishables enquanto o responsável pelo conteúdo de ciências humanas não diferencia “hora” e “ora”. Ou que demonstre domínio da escrita — e o enunciado da redação tartamudeie com “enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado”.
https://oglobo.globo.com/opiniao/eduardo-affonso/coluna/2023/11/objecao-de-consciencia.ghtml
Isso aqui acabou de vez.
Gente melhor posicionada vai sair daqui pra ter filhos e outro lugar.
Gente que já tem filhos e tem alguma coisa na cabeça vai tentar educar os filhos pra que eles possam sair daqui.
Postei só a introdução porque o artigo é longo.
“Oscar da ciência” - As dez piores teses premiadas pela Capes em 2023A Gazeta do Povo preparou uma lista com as dez piores teses premiadas pela Capes em 2023, não só pela carga ideológica, mas pela fragilidade dos argumentos.Por Gabriel de Arruda Castro, especial para a Gazeta do Povo 17/09/2023A cada ano, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) premia o que considera ser as melhores teses de doutorado em cada área no Brasil, naquilo que o próprio governo federal define como “o Oscar da ciência brasileira”.O resultado de 2023 acaba de sair, e mostra um sinal preocupante: além das ciências humanas e sociais, a militância política rasa se alastrou para áreas como Arquitetura, Saúde e Ciências Ambientais.A nova lista traz 49 teses premiadas e outras 97 que receberam menção honrosa. Os vencedores (quase sempre, previamente financiados pela própria Capes ou outro órgão público) recebem uma bolsa de até um ano para um pós-doutorado no Brasil. Os orientadores recebem R$ 3 mil. Algumas entidades parceiras oferecem prêmios adicionais para algumas das categorias.A Gazeta do Povo preparou uma lista com as dez piores teses premiadas pela Capes em 2023 — não só pela carga ideológica e os ataques sem fim ao “neoliberalismo” e o “patriarcado”, mas pelos cacoetes acadêmicos vazios, a falta de clareza e a fragilidade dos argumentos.É bom reforçar: esta não é uma coletânea das piores teses de doutorado do Brasil. São as dez piores entre aquelas que foram consideradas as melhores teses pela Capes, um órgão do Ministério da Educação cuja missão é justamente promover a excelência no ensino superior.
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/dez-piores-teses-premiadas-pela-capes-em-2023/