Percival
A cultura e a educação ajuda a fomentar tudo isso também, as mentes formadas por uma ideologia por tras cria todo esse arcabouço que vemos. Para mudar algo, tem que mudar a mente das pessoas. Mas os donos do jogo ainda controlam e monopolizam o fluxo de informações.
Sim, isso tudo é verdade, mas mesmo entre liberais, libertários e conservadores que tem mais informação e entendimento a esse respeito, o conceito de liberdade ainda é tão abstrato que coisas básicas como a distinção entre leis impositivas e proibições negativas não são nem se quer discutidas.
Na chamada direita entendem melhor a diferença entre assunto publico e privado e a necessidade de separação entre as duas esferas, algo que não é entendido pela maioria da população, mas ao menos é discutido na direita mais bem informada.
Ainda assim na questão da formulação de leis não existe mesmo entre os mais bem informados o entendimento ou a discussão dos princípios básicos nos quais as "leis" deveriam poder ser construidas.
Os libertários ainda discutem o PNA, que seria o principio da não agressão, entendendo que o limite para a criação de leis seria ultrapassar o direito alheio, mas mesmo isso ainda é um pouco vago e abstrato.
Quais os princípios que poderiam legitimar certas "leis" em uma sociedade de modo que elas não fossem somente os decretos arbitrários e absurdos de uma pessoa ou grupo?
Eu acho que o PNA um bom parâmetro, mas é insuficiente. A distinção entre leis impositivas e proibições negativas me parece outro bom parâmetro para ajudar na criação de regras que tenham legitimidade.
O que me surpreende é como tanto se fala em leis e se defende lei A, B ou C, sem que existam parâmetros reais para justifica-las. Não existe se quer a discussão sobre como justificar e legitimar a existência de uma lei com base em princípios.
Isso mostra o nosso completo atraso e a forma tirana como o ser humano toma seus raciocínios legalistas mesmo quando tem a intenção de fazer a coisa certa. No fim a definição de certas leis segue simplesmente o raciocínio do "é assim que eu acho justo e ponto final".