Religião é Veneno
Dos tempos difíceis à vida nos subúrbios: a origem dos baby boomers
Autor: Percival | Categoria: História, Sociedade, Comportamento e Filosofia | Visualizações: 497 Comentários: 0
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Percival
2025-Agosto-20
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Tópicos criados: 40
Então, isso aqui também é interessante. Aliás, esse vídeo se chama “Pais dos anos 1950 revelam o que sentiam sobre os filhos da geração baby boomer nos anos 1960”. Assiste só o que eles dizem, porque eu sei que tem muitos boomers me assistindo. Vários mesmo. Eles até me mandam e-mails — é engraçado demais. Os boomers agora sabem usar e-mail, e me escrevem falando que “essa juventude não sabe de nada, vocês são preguiçosos, no meu tempo era diferente”. Tô só zoando vocês.

Os pais dos anos 1950 foram, na minha opinião, uma das gerações mais peculiares do século XX. Eles cresceram na Grande Depressão, enfrentaram dificuldades reais durante a infância e adolescência. Depois veio a Segunda Guerra Mundial, justamente quando muitos estavam entrando na vida adulta. E, após toda essa carga de trauma, chegaram aos anos 1950, quando os EUA viviam uma prosperidade jamais vista, com a economia bombando.

A reação deles foi se voltar para dentro: casar cedo, valorizar o lar e a família. Esse cenário acabou criando as condições perfeitas para o florescimento da chamada “cultura jovem”. A vida nos subúrbios girava em torno das crianças — jogos de beisebol infantil, reuniões da associação de pais e mestres, e por aí vai. Foi aí que nasceu a ideia de que essa nova geração tinha uma importância e um poder especiais.

Naquele período, surgiu também um novo entendimento da psicologia infantil: as crianças passaram a ser vistas como indivíduos de verdade, com personalidades próprias que deveriam ser respeitadas e incentivadas. Isso criou uma geração que muitos chamariam de “mimada”, mas que, na prática, apenas tinha expectativas muito altas em relação à liberdade e à felicidade.

Nos anos 1950, acreditava-se que se você acordasse cedo, trabalhasse duro e fizesse a sua parte, a vida iria melhorar: mais dinheiro, casa maior, roupas melhores, filhos mais bem cuidados. Mas as crianças daquela época não viam o esforço por trás disso — só enxergavam os resultados. Talvez por isso, nos anos 1960, muitos passaram a acreditar que o progresso era automático, sem entender o sacrifício que vinha antes.

Daí nasceu a tensão: os pais, moldados pela depressão e pela guerra, valorizavam trabalho duro e estabilidade. Os filhos, crescidos no conforto dos subúrbios, esperavam liberdade e realização pessoal. Para muitos, os pais pareciam apenas obcecados com dinheiro e status, enquanto as mães eram retratadas como donas de casa perfeitas, cujo destino natural era casar, ter filhos e cuidar do lar. Até mesmo na faculdade, as opções para mulheres eram limitadas: professora, enfermeira, secretária ou aeromoça.
 O objetivo final? Casar e ter a vida com cerca branca no quintal.
Se mostrássemos para aquelas pessoas dos anos 1950 e 60 o futuro que veio depois — a revolução sexual, o feminismo, as transformações de valores, famílias cada vez menores, menos casamentos, mais individualismo — provavelmente ficariam horrorizados. Muitos rejeitariam completamente esse caminho.

O contraste é gritante: nos anos 1950, jovens eram otimistas e velhos reclamavam; hoje, os jovens estão ansiosos e deprimidos, enquanto os mais velhos ainda reclamam. Antes, um trabalho simples em loja ou restaurante bastava para sustentar uma família; hoje, mal paga o aluguel. Antes, salários e custo de vida eram proporcionais; agora, estão totalmente fora de equilíbrio.

Cada geração tem sua visão:
  • Os anos 50 acreditavam que trabalhar duro trazia progresso.
  • Os boomers achavam que o progresso vinha naturalmente.
  • Os millennials perceberam que, por mais que trabalhem, nada melhora.
  • A Gen Z já se pergunta: “Qual o sentido de trabalhar? Isso tudo é uma porcaria.”
  • E a Gen Alpha talvez diga: “Emprego? O que é isso? Isso é coisa do passado. A gente só recebe o cheque do governo e vive na nossa caixinha de 20m² na cidade de 5 minutos.”
O mundo muda tão rápido que fica difícil acompanhar. Mas olhando para trás, dá para entender como chegamos até aqui.

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