Texto de 09 de outubro de 2005. Inspirado por um comentário do Acauan.
Vender a alma a Deus ou ao Diabo?Do ponto de vista moral, não há diferença entre se vender a alma ao diaboou entregá-la a Jesus. Escolheremos a opção que resultar no maior benefício.Para a maioria das pessoas, é claro, uma eternidade no céu mais que compensauma vida sofrida e sem graça, enquanto que os prazeres de uma curta vida nãocompensam a eternidade no inferno.Tudo se resume à escolha da opção mais vantajosa, não a de moral mais elevada.Será que nos decidiríamos pelo caminho da ética se isto resultasse apenas nasatisfação do dever cumprido, enquanto que vender a alma ao diabo nos desseuma eternidade de prazer?A verdade é que assumimos que Deus é o padrão de moralidade absoluta, semtermos nenhuma evidência disto. Se o que ele faz nos agrada, dizemos que eleé bom. Se não nos agrada, assumimos que ele está certo, de um modo que nãopodemos entender. Se um ônibus desgovernado se desvia no último instante,poupa nossa família e mata outra, nós agradecemos a Deus enquanto ossobreviventes da outra abaixam a cabeça em submissão a seus obscurosdesígnios.Entretanto, se não sabemos por que Deus matou a outra família, tambémnão podemos ter a pretensão de saber por que ele poupou a nossa.Não sabemos se ele é bom e justo, apenas queremos desesperadamenteacreditar nisto para que nosso sofrimento faça sentido.Da mesma forma, se as formigas pudessem pensar, nos louvariam quandodeixássemos cair açúcar e aceitariam resignadas quando as exterminássemoslogo a seguir, talvez vendo no fato a justa punição por supostos pecados.E elas saberiam tanto sobre nossos motivos quanto sabemos sobre os deDeus. O deus que nós mesmos criamos para tentar explicar um mundo quenão faz sentido.
Fernando_SilvaTexto de 09 de outubro de 2005. Inspirado por um comentário do Acauan.Vender a alma a Deus ou ao Diabo?Do ponto de vista moral, não há diferença entre se vender a alma ao diaboou entregá-la a Jesus. Escolheremos a opção que resultar no maior benefício.Para a maioria das pessoas, é claro, uma eternidade no céu mais que compensauma vida sofrida e sem graça, enquanto que os prazeres de uma curta vida nãocompensam a eternidade no inferno.Tudo se resume à escolha da opção mais vantajosa, não a de moral mais elevada.Será que nos decidiríamos pelo caminho da ética se isto resultasse apenas nasatisfação do dever cumprido, enquanto que vender a alma ao diabo nos desseuma eternidade de prazer?A verdade é que assumimos que Deus é o padrão de moralidade absoluta, semtermos nenhuma evidência disto. Se o que ele faz nos agrada, dizemos que eleé bom. Se não nos agrada, assumimos que ele está certo, de um modo que nãopodemos entender. Se um ônibus desgovernado se desvia no último instante,poupa nossa família e mata outra, nós agradecemos a Deus enquanto ossobreviventes da outra abaixam a cabeça em submissão a seus obscurosdesígnios.Entretanto, se não sabemos por que Deus matou a outra família, tambémnão podemos ter a pretensão de saber por que ele poupou a nossa.Não sabemos se ele é bom e justo, apenas queremos desesperadamenteacreditar nisto para que nosso sofrimento faça sentido.Da mesma forma, se as formigas pudessem pensar, nos louvariam quandodeixássemos cair açúcar e aceitariam resignadas quando as exterminássemoslogo a seguir, talvez vendo no fato a justa punição por supostos pecados.E elas saberiam tanto sobre nossos motivos quanto sabemos sobre os deDeus. O deus que nós mesmos criamos para tentar explicar um mundo quenão faz sentido.
Verdade. Sob a perspectiva de um não espírita, o quadro seria exatamente este.
Quando dizemos que uma pessoa é boa e justa, o fazemos por comparação a um padrão ou referência preexistentes do que seja bondade e justiça.
Para podermos dizer que Deus é bom e justo, é preciso que esse padrão exista externamente ele, independente dele, caso contrário bondade e justiça serão apenas conceitos arbitrários impostos por Deus.
Mas um deus limitado por conceitos externos a ele não é absoluto.
E não há livre arbítrio se os conceitos de certo e errado nos são impostos por um deus.
Fernando_SilvaQuando dizemos que uma pessoa é boa e justa, o fazemos por comparação a um padrão ou referência preexistentes do que seja bondade e justiça.Para podermos dizer que Deus é bom e justo, é preciso que esse padrão exista externamente ele, independente dele, caso contrário bondade e justiça serão apenas conceitos arbitrários impostos por Deus.Mas um deus limitado por conceitos externos a ele não é absoluto.E não há livre arbítrio se os conceitos de certo e errado nos são impostos por um deus.
Este livre arbítrio na relação Deus e nós, homens, é a mesma da que existe entre a Lei e a ordem social; ela decreta e nós cumprirmos, pois essa Lei advém das tradições, costumes e objetivos da sociedade. É assim que se estrutura uma civilização.
É assim que nos candidatamos a compor, na ordem universal, as grandes comunidades dos espíritos superiores.
A felicidade e a perfeição de suas criaturas é o propósito de Deus.
PatolinoFernando_Silva escreveu:Quando dizemos que uma pessoa é boa e justa, o fazemos por comparação a um padrão ou referência preexistentes do que seja bondade e justiça.Para podermos dizer que Deus é bom e justo, é preciso que esse padrão exista externamente ele, independente dele, caso contrário bondade e justiça serão apenas conceitos arbitrários impostos por Deus.Mas um deus limitado por conceitos externos a ele não é absoluto.E não há livre arbítrio se os conceitos de certo e errado nos são impostos por um deus.Este livre arbítrio na relação Deus e nós, homens, é a mesma da que existe entre a Lei e a ordem social; ela decreta e nós cumprirmos, pois essa Lei advém das tradições, costumes e objetivos da sociedade. É assim que se estrutura uma civilização.É assim que nos candidatamos a compor, na ordem universal, as grandes comunidades dos espíritos superiores.A felicidade e a perfeição de suas criaturas é o propósito de Deus.
O velho equívoco de comparar:
- a relação entre uma entidade infinita, infinitamente poderosa, e nós, limitadíssimos humanos
com
- a relação entre grupos de humanos, que fazemos apenas o que dá para fazer
Sem falar em que nós criamos leis e costumes que podemos entender e justificar, mas, quando se trata de Deus, temos que aceitar sem entender, por mais absurdos que nos pareçam.
Nenhuma afirmação sobre os supostos propósitos de Deus merece confiança. Estamos apenas moldando Deus à nossa semelhança e conforme nossa conveniência.
Fernando_SilvaPatolino escreveu:Fernando_Silva escreveu:Quando dizemos que uma pessoa é boa e justa, o fazemos por comparação a um padrão ou referência preexistentes do que seja bondade e justiça.Para podermos dizer que Deus é bom e justo, é preciso que esse padrão exista externamente ele, independente dele, caso contrário bondade e justiça serão apenas conceitos arbitrários impostos por Deus.Mas um deus limitado por conceitos externos a ele não é absoluto.E não há livre arbítrio se os conceitos de certo e errado nos são impostos por um deus.Este livre arbítrio na relação Deus e nós, homens, é a mesma da que existe entre a Lei e a ordem social; ela decreta e nós cumprirmos, pois essa Lei advém das tradições, costumes e objetivos da sociedade. É assim que se estrutura uma civilização.É assim que nos candidatamos a compor, na ordem universal, as grandes comunidades dos espíritos superiores.A felicidade e a perfeição de suas criaturas é o propósito de Deus.
O velho equívoco de comparar:
- a relação entre uma entidade infinita, infinitamente poderosa, e nós, limitadíssimos humanos com - a relação entre grupos de humanos, que fazemos apenas o que dá para fazer
Patolino disse: A mente humana é como um filete d'água que sorrateiramente, gota a gota, vence a enorme parede de concreto de uma barragem. Não se vê de imediato os efeitos que essa ação promete. Até que seja tarde. O filete, continuamente ameaçando o rompimento se torna impossível de conter. Então ficamos sabendo que o volume dágua, contido por décadas, arrasa com tudo que esteja em seu caminho. Assim, nossa mente também guarda seu imenso potencial por tempo determinado. Os grandes gênios da humanidade mostravam apenas o esboço do que seriam capazes.
Sem falar em que nós criamos leis e costumes que podemos entender e justificar, mas, quando se trata de Deus, temos que aceitar sem entender, por mais absurdos que nos pareçam.Nenhuma afirmação sobre os supostos propósitos de Deus merece confiança. Estamos apenas moldando Deus à nossa semelhança e conforme nossa conveniência.
Afirmações, como vc disse, sobre os propósitos de Deus, não carecem provas outras que não seja a observação. O mundo que existia há 600 anos se apagou na memória do homem moderno. A evolução, em todos os seus aspectos, é um atestado dos propósitos divinos. Mas, apenas naquilo que não dependa do enorme contingente de medíocres, ociosos e ignorantes. Um reduzido batalhão, com inteligência e boa-vontade, arrasa o grosso de tropa que a ele se oponha. A paz, a alegria e a confiança é o prêmio daqueles que escolhem com determinação, o caminho do bem. Muitos questionam: por que a marcha do progresso é tão lenta, se empunha a bandeira da a justiça e da verdade? É que uma boa parte dos homens, já sensibilizada pela claridade da luz do bem, não acredita nas próprias possibilidades. Diante do retrospecto dos graves enganos cometidos em seu passado, desacorçoados se escondem da luta. Desconhecem que todas as vertentes das religiões e da filosofia, são unânimes num ponto: esqueça os erros cometidos no passado e concentre-se em acertar de hora em diante. Fixar a memória nos erros do passado é paralisar-se à margem de um caminho promissor.
Como refutar declarações de fé?
Baseadas na vontade de acreditar?
Fernando_SilvaComo refutar declarações de fé?Baseadas na vontade de acreditar?
Quanto a ser mera vontade de acreditar, eu já lhe respondi noutro tópico com sensatas argumentações, entre elas, mostrava que até a teoria do big bang guardava nuances da existência de uma força crítica ou divina que, ou criaria o Universo ou acabaria com ele.
Claro que vc não concordou, mas então, não é mera vontade de acreditar; inclusive brinquei dizendo que para os céticos tudo se resume na mera vontade de não acreditar. rsrs
Colega Patolinomostrava que até a teoria do big bang guardava nuances da existência de uma força crítica ou divina que, ou criaria o Universo ou acabaria com ele.
😮
❓❓❓
GorduchoColega Patolino escreveu:mostrava que até a teoria do big bang guardava nuances da existência de uma força crítica ou divina que, ou criaria o Universo ou acabaria com ele.😮❓❓❓
Trata-se de um tópico no RV anterior, com o título de "Como Pôde ocorrer Big Bang?". Para os aficionados do tema é muito bom, repleto de referências e a conclusão é admirável. Veja em
https://2016.religiaoeveneno.com.br/index.php?p=/discussion/903/como-pode-ocorrer-o-big-bang-por-nelson-magrini
PatolinoFernando_Silva escreveu:Como refutar declarações de fé?Baseadas na vontade de acreditar?Quanto a ser mera vontade de acreditar, eu já lhe respondi noutro tópico com sensatas argumentações, entre elas, mostrava que até a teoria do big bang guardava nuances da existência de uma força crítica ou divina que, ou criaria o Universo ou acabaria com ele.Claro que vc não concordou, mas então, não é mera vontade de acreditar; inclusive brinquei dizendo que para os céticos tudo se resume na mera vontade de não acreditar. rsrs
Eu não achei que fossem tão sensatas assim ...
"Nuances da existência" é apenas vontade de acreditar.
Prefiro aguardar até que surjam provas incontestáveis de que foi isso ou aquilo.
E isto não é "vontade de não acreditar". É apenas o bom senso de não se agarrar a tudo o que é divagação bonitinha ou consoladora que inventam por aí.