Religião é Veneno
A teoria do valor-trabalho, uma das bases do marxismo, está errada
Autor: Volpiceli | Categoria: Laicismo, Política e Economia | Visualizações: 248 Comentários: 6
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Volpiceli
2024-Abril-2
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A teoria do trabalho está errada
A economia e as opções econômicas são sempre sobre decisões atuais que causam resultados futuros

A maioria dos não economistas e todos os economistas marxistas, abençoados sejam, acredita na "teoria do valor-trabalho". Você provavelmente acredita. Abençoado seja também.

teoria do trabalho diz que o valor ou o preço de tudo, como seu apartamento, seu carro ou seu sorvete, consiste no trabalho humano que foi aplicado nele um dia. Nada mais. A terra ou o capital usados para fazer as coisas não são valores reais. Só os esforços praticados pelas pessoas importam.

Você mostra que acredita na teoria do trabalho quando diz coisas como "Os trabalhadores em greve que fabricam um novo jato de passageiros na Embraer em São José dos Campos merecem um aumento de salário. Afinal, eles fazem as coisas!", ou "Os enfermeiros no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo também merecem um aumento. Afinal, o que aconteceria se todos se demitissem amanhã?!"

Tais declarações indignadas também demonstram um espírito generoso. Bom para você. Você quer que as pessoas pobres ganhem bem. (Assim como todos os economistas, aliás.) Atribuir toda a produção aos trabalhadores pobres parece simplesmente justo –e até evidente. É o que também parecia para o abençoado Adam Smith, e para todos os economistas "clássicos" antes dos anos 1870, como o economista inglês David Ricardo, que inventou a teoria correta do comércio internacional, e Karl Marx, o economista alemão que inventou a teoria incorreta sobre como enriquecemos.

Na década de 1870, porém, os economistas de repente perceberam por que a teoria do trabalho está totalmente errada. A economia e as opções econômicas são sempre sobre decisões atuais que causam resultados futuros. Não têm a ver com a história. Você não pode "decidir" sobre o passado. Os custos fixos já foram gastos. Economia tem a ver com o que você deve fazer a seguir. Portanto, a teoria do valor correta é o "produto marginal", isto é, o produto futuro que obtemos de um pouquinho mais de trabalho, capital e terra. Os insumos já gastos não entram na conta.

A notícia ainda não chegou para economistas marxistas como Mariana Mazzucato, que portanto dá maus conselhos. Marx morreu em 1883, depois da "Revolução Marginal". Mas ele não reconheceu isso, deixando seus devotos seguidores no escuro, até hoje. Na antiga União Soviética, por exemplo, o capital investido era ignorado, resultando em erros grosseiros sobre a produção, tais como uma fábrica de tratores com dois quilômetros de extensão que produzia péssimos tratores.

Não siga Karl.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/deirdre-nansen-mccloskey/2024/03/a-teoria-do-trabalho-esta-errada.shtml
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Judas
2024-Abril-2
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Tópicos criados: 24
"Em matéria de economia aquilo que não é óbvio é besteira."

O óbvio é que a quantidade de trabalho gasto pra lixar uma mesa de madeira na mão não a faz mais cara do que outra lixada com máquina em menos de 1/10 do tempo.

O que não é óbvio é o que marxistas e keynesianos afirmam sobre o que quer que seja.
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Percival
2024-Abril-2
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Imagine My shock.
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Fernando_Silva
2024-Abril-2
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Não importa se você garimpou durante anos na selva amazônica ou se tropeçou numa pepita no seu quintal.
O ouro que você conseguiu terá o mesmo valor de venda.
Não há como escapar da Lei da Oferta e da Procura.

Quanto aos operários, não foram eles que construíram a fábrica nem compraram a matéria prima. Nem pagaram as contas de água, luz e tudo mais necessário para a fábrica funcionar.
Não foram eles que inventaram os produtos fabricados. Ou as máquinas que os produzem. Não foram eles que investiram muito dinheiro na empresa, com risco de perder tudo. E assim por diante.
Eles chegaram lá quando já estava tudo pronto, seu serviço consiste em operar uma máquina e mais nada.
Eles que agradeçam por alguém lhes ter dado um emprego e não encham o saco. Devem receber apenas aquilo que ficou acertado no contrato e pronto.
Se não estiverem satisfeitos, peçam demissão e deem lugar a outro.
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Percival
2024-Abril-2
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Tópicos criados: 22
Princípio de Pareto?

O princípio de Pareto afirma que, para muitos trabalhos, 80% dos resultados resultam de 20% das causas. Em outras palavras, uma parte pequena das causas tem um efeito desproporcionalmente grande.
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LaraAS
2024-Abril-2
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Bom, pode até haver alguma coisa muito parecida com a tal de mais-valia, só um quinto, ou no máximo um quarto do valor, mas a maior parte dessa teoria não tem nada a ver, e sobretudo o que puder haver de verdade nisso, sempre vai ser necessário, sempre é necessário poupança e reinvestimento.
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ufka Cabecao
2024-Julho-18
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teoria do trabalho diz que o valor ou o preço de tudo, como seu apartamento, seu carro ou seu sorvete, consiste no trabalho humano que foi aplicado nele um dia. Nada mais. A terra ou o capital usados para fazer as coisas não são valores reais. Só os esforços praticados pelas pessoas importam.
Marx não era um idiota, e mesmo que sua teoria em última análise esteja errada, ela não é obviamente absurda - ela faz algum sentido, e não é tão fácil de refutar.

O conceito de valor trabalho em O Capital é mais sofisticado (e mais vago, mal definido) do que isso que você está dizendo. Ele usa um artifício aqui que se chama "quantidade social de trabalho necessário" para determinar esse valor. Então não é o quanto trabalho um indivíduo ou grupo levou para produzir uma mercadoria específica - é quanto trabalho, na média, uma mercadoria daquela qualidade demandaria, em condições pré-determinadas e dadas de competência, experiência, conhecimento tecnológico, disponibilidade de insumos e bens de capital, etc.

Ou seja, grosso modo, se tudo mais for assumido como igual, as diferenças de valor agregado entre mercadorias vai ser a quantidade total mão de obra e de tempo de necessário para produzir cada uma delas.

Isso é uma falácia também, mas é mais sutil, porque ainda que a correlação de fato exista, a direção de causalidade não é essa.

O capital humano (assim como outros fatores de capital) é alocado de forma decentralizada pelo mercado, através do mecanismos de preços, i.e. por taxas de troca praticadas por consumidores e capitalistas para os vários produtos e insumos, governadas por uma dinâmica geral de oferta e demanda por esses fatores e pelos bens alternativos que podem ser produzidos pelas várias combinações possíveis desses fatores.

Quando o capital humano (assim como outros tipos de capital) se encontra alocado de forma aproximadamente eficiente, você vai ter algo que aproxima a situação descrita por Marx, i.e. coisas que demandam mais mão de obra tendo um custo de produção e valor comercial maior do que coisas que demandam menos mão de obra. Mas isso é uma conseqüência da possibilidade de mover capital e trabalhadores para lá ou para cá - quando a demanda por alguma coisa é alta e o preço sobe, o lucro aumenta, e fatores de capital (incluindo mão de obra) são deslocados para aquele setor, por capitalistas buscando lucro. Da mesma forma, se bens de capital puderem ser empregados para reduzir a demanda por trabalho (facilitando ou automatizando processos de produção), reduzindo o custo de produção por trabalhador, a quantidade ofertada daquela mercadoria aumenta, e o seu valor de mercado reduz, de forma correspondente, dada a utilidade marginal decrescente.

O principal erro do Marxismo clássico foi o de trivializar o processo de formação de preços, i.e. do cálculo coletivo que o mercado faz da oferta e demanda marginal por fatores de produção, bens e serviços, dadas as circunstâncias presentes e/ou antecipáveis. Para Marx, essas relações poderiam ser inferidas a priori de forma mais ou menos óbvia, a partir de uma análise científica das necessidades fundamentais de cada indivíduo. Na realidade isso não é nem um pouco simples de se determinar, tanto para um indivíduo, quanto para a sociedade como um todo, quanto para a sociedade ao longo do tempo vis-a-vis a realidade fundamentalmente dinâmica e estocástica de variáveis importantes para determinar essas necessidades como a qualidade, quantidade, e distribuição de produtos, insumos, bens de capital, população e conhecimento geral e específico.

Esse mecanismo de formação de preços por meio de utilidade e custo marginal foi corretamente descrito pela primeira vez se eu não me engano por Carl Menger e refinado por Eugene von Bohm Bawerk - que em particular usou esse conceito para refutar a teoria de Marx em Capital I. Mas nessa época tanto Marx, quanto Menger e Bohm Bawerk eram só acadêmicos meio obscuros falando para uma audiência bem reduzida de outros intelectuais.
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