O caso contra o Opus Dei17 Janeiro 2025Poucos dias antes do Natal, começaram a aparecer várias publicações numa comunidade online iniciada por pessoas que já tinham sido membros do Opus Dei. A maioria das postagens veio de ex-numerários: homens e mulheres que se dedicaram a uma vida de castidade, pobreza e obediência a uma organização católica supostamente inspirada por Deus. Com as férias se aproximando, eles compartilharam suas memórias de Natais passados ao lado de seus irmãos e irmãs dentro do que era coloquialmente conhecido como "A Obra".
A reportagem é de Gareth Gore, publicada por National Catholic Reporter, 14-01-2025."Inferno", foi a resposta de uma única palavra postada por um. Outro postou: "Trabalho ininterrupto. Solidão. Luto".
Outros compartilharam histórias sobre como não tinham permissão para passar tempo com seus parentes de sangue no dia de Natal, mesmo que morassem apenas na esquina. A justificativa dada a eles por seu "diretor local" – o numerário chefe encarregado de vigiá-los e transmitir ordens da sede nacional – foi que suas famílias reais não eram mais seus parentes de sangue, mas aqueles com quem viviam na residência do Opus Dei. Todos os presentes recebidos eram coletados e "redistribuídos" em outro lugar.
As histórias mais dolorosas foram as das numerárias assistentes: as "irmãzinhas" que cozinhavam, limpavam e serviam as numerárias – mas que não tinham permissão para andar na rua do lado de fora desacompanhadas. Muitos vieram de famílias pobres e foram recrutados em escolas de hospitalidade administradas pelo Opus Dei, onde lhes foi prometida uma formação e uma oportunidade de uma vida melhor, apenas para serem forçados a ingressar porque era isso que Deus "queria" e recusá-lo era condenar suas famílias a uma eternidade no inferno.
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